Inspi...ra...ção.
    
      A vontade desesperada de escrever e nenhum tema que venha a mente querendo ser exposto, nenhum tema que valha a pena gastar quantidade ilimitada de caracteres. Há tanto a ser dito e, mais uma vez, a inspiração não favorece.
Em meu último conto descrevi, nas entrelinhas, a dificuldade em manter a concentração enquanto o mundo está festando lá fora. Acontece muito semelhante, no exato momento. Os livros atiçam fazendo a memória recordar a última palavra lida antes de cair no sono, os estudos gritam rascunhos mal desenhados esperando serem passados a limpo, a casa desarrumada se revolta sujando os pés descalços com a poeria não varrida, o latido do cachorro na rua implora que as janelas sejam fechadas e as belas frases de saxofone do vizinho não permitem. A saudade me transporta para outra dimensão, sem se preocupar com qualquer outra coisa. O pensamento lá em você, não no texto bem a minha frente. Não no esforço em criar conexão entre as palavras.
Os leitores, pobres deles, se submetem a um esforço absurdo para entender o que se passa. Por que essa menina não preenche o espaço vazio com um aglomerado de palavras qualquer? Por que não fala da sua vida, dos sentimentos, dos compromissos, das aspirações? Por que simplesmente não se deixa levar e escreve?
É, meus amigos... Talvez ela esteja ocupada demais, observando os poucos raios solares entrecortando o céu nublado e iluminando a sua janela.
    
    
  
  Em meu último conto descrevi, nas entrelinhas, a dificuldade em manter a concentração enquanto o mundo está festando lá fora. Acontece muito semelhante, no exato momento. Os livros atiçam fazendo a memória recordar a última palavra lida antes de cair no sono, os estudos gritam rascunhos mal desenhados esperando serem passados a limpo, a casa desarrumada se revolta sujando os pés descalços com a poeria não varrida, o latido do cachorro na rua implora que as janelas sejam fechadas e as belas frases de saxofone do vizinho não permitem. A saudade me transporta para outra dimensão, sem se preocupar com qualquer outra coisa. O pensamento lá em você, não no texto bem a minha frente. Não no esforço em criar conexão entre as palavras.
Os leitores, pobres deles, se submetem a um esforço absurdo para entender o que se passa. Por que essa menina não preenche o espaço vazio com um aglomerado de palavras qualquer? Por que não fala da sua vida, dos sentimentos, dos compromissos, das aspirações? Por que simplesmente não se deixa levar e escreve?
É, meus amigos... Talvez ela esteja ocupada demais, observando os poucos raios solares entrecortando o céu nublado e iluminando a sua janela.
