Um tema absurdamente batido, eu sei. Mas é também uma das minhas maiores preocupações atualmente. Minha e de milhões de pessoas. Milhões compartilham a sensação de fracasso quando lembram que um simulado está proximo e o cérebro ignora determinadas matérias.
Escrevo
- após um longo dia tentando resolver exercícios de Física I, II e III - para expor minha posição sobre Vestibular. Talvez uma gif piscante com o dizer
"contra" fosse suficiente, mas prefiro gastar algumas linhas com o que, aparentemente, sei fazer.
Não acredito que um exame seletivo englobando somente matérias de Ensino Médio, com a carga abusiva que possui, seja capaz de definir se uma pessoa é boa o suficiente para cursar uma faculdade ou não. Existe, claro, o básico que deve ser aprendido por quem deseja fazer tal curso. Tal matéria deve estar na ponta da língua. Se você pretende fazer matemática, por exemplo, é interessante que saiba, pelo menos, o básico dela.
Mas e o resto? Interesse, paixão, vontade, dedicação, suor, a vida que leva. Não contam? Talvez minha frustração maior seja saber que, no fim, o que vai medir o tamanho do meu esforço, será uma prova. Eles dizem que se você se esforçar de verdade, você passa. Para mim, demagogia. Existem limitações. Existe uma proporção.
Se eu trabalho o dia inteiro para ajudar minha família e estudo todo o tempo que me sobra, chegando até a virar noites, e não entro numa faculdade pública, eu me esforcei menos que os outros?
Se eu sou pobre, meus pais brigam o tempo todo, eu cuido do meu irmão menor e meu irmão mais velho é viciado em drogas e eu arrumo tempo para estudar não sei como e ainda sim não passo, eu me esforcei menos?
Alguns problemas se resolveram com as cotas, eles dizem. Será mesmo?
E se, simplesmente, não sou boa em uma matéria. Não adianta. Eu me esforço, mas não sou. Tiro um 7 ou 8, com muita dor, mas não é suficiente para chegar lá em cima, na marca do número que possibilitará meu ingresso na faculdade. Mas eu sou boa em outras coisas! E daí? Não foi suficiente. Já era. Mais sorte no próximo ano.
É justo?Serei eu utópica em demasia ao pensar em entrevistas, histórico, cartas de recomendação... enfim, em toda a parafernalha "americana" para uma reforma nesse sistema? Serei eu utópica em demasia ao pensar na melhoria da qualidade do ensino público? Serei eu apenas uma vestibulanda com TPM? Oh céus, como saber?
PS: Arrumei meu quase-futuro-layout com apoio moral enorme da
Gui. Mas acho que enjoei dele de tanto mexer.
Pensando ainda.
[mudei as cores e o layout está aí. enjoy] Para quem leu o post, muito obrigada. Para quem não leu.. ah, gosto de vc assim mesmo. =*